O Festival Internacional del Cante de las Minas, um dos festivais mais importantes do mundo, é onde acontece concursos de flamenco todos os anos. O evento é realizado em La Unión, Múrcia, no interior do Antigo Mercado Público, local reconhecido como a Catedral do Cante flamenco. A primeira edição foi realizada em 13 de outubro de 1961 e já foi declarado de interesse turístico nacional. O festival nasceu como um concurso de cante, e foi ampliado com a incorporação da guitarra e do baile. Atualmente, o certame também considera uma sessão para instrumentistas flamencos e repentistas. É um festival onde encontramos as futuras promessas do flamenco.
Diferentemente dos outros festivais, o Festival Internacional de Cante de las Minas se destaca por acontecer no mesmo local onde surgiram os cantes flamencos mineiro-levantinos, na durante o período da mineração espanhola. Esses cantes surgiram no século XIX na Serra de Cartagena-La Unión, procedentes na sua maioria de mineiros andaluzes que eram divulgados principalmente nos cafés cantantes da época. Foram declarados bens de interesse cultural de caráter imaterial em 2010. Conhecidos ante a denominação de tarantas, mineras, cartageneras, levanticas, murcianas, entre outros, transmitem o sofrimento, a dor e os lamentos do dia a dia na mina, pois eram a expressão de um povo duramente explorado, vítima de condições de trabalho particularmente difíceis.
O festival de 2018 acontece entre 1 a 11 de agosto, durante o verão europeu, e reúne o melhor do flamenco nas Galas Flamencas de La Unión com apresentações dos principais expoentes do flamenco como: Vicente Amigo – que volta ao festival 30 anos depois de haver ganhado o prêmio Bordón Minero – Maria la Terremoto, Miguel Ortega, Diana Navarro, Pitingo, Arcángel, Manuel Lombo, Antonia Contreras e Los Vivancos. As semifinais do concurso se realizarão de 8 a 10 no Antigo Mercado Público. O evento está aberto tanto a profissionais como a participantes anônimos.
Entre os prêmios outorgados neste festival e atendendo a sua importância destacam-se: a “Lámpara Mineira”, o “Prêmio Desplante”, o “El Bordón Minero”, o troféu e o “Prêmio Filón” e o galardão “Ángel Cegarra” – prêmios que se que serão entregues na noite de 11 de agosto. Importantes figuras do flamenco como Miguel Poveda, Mayte Martín, Vicente Amigo, Rocío Márquez e Juan Habichuela Nieto se tornaram conhecidos neste Festival.
Durante o festival são desenvolvidas diversas atividades complementares ao concurso e às galas flamencas. Algumas dessas atividades são os cursos e talleres que são ministrados durante a segunda semana do festival como: cursos de baile, de violão flamenco, de cajón, de letras de estilo de cantes mineiros ou de Levante como denominados, de flamenco para instrumentos melódicos, de pintura de leques e pela primeira vez um concurso de trovas para difundir a arte do repentismo. Também há uma agenda cultural com exposições fotográficas sobre a história recente do Festival, conferências, bate-papos e a apresentação de livros sobre flamencologia.
O festival oferecerá um Seminário Internacional de Baile Flamenco com a professora e grande bailaora sevilhana Manuela Ríos formada com figuras de dimensão de Farruco, José Galván e La Tochá, já tendo participado em espetáculos de artistas como Miguel Poveda, Juan de Juan entre outros.
A relação de Manuela com o festival sempre foi muito especial. Consegue o segundo prêmio no Concurso do Festival da Unión. “Foi o primeiro concurso em que me apresentei. Eu estava na Cia de Cristina Hoyos e foi uma experiência muito importante para minha carreira receber um prêmio com muita repercussão”.
Passados anos entre participar do concurso, e ganhar o prêmio, Manuela está bastante animada em estrear como maestra nesta edição. “Estou muito contente e muito emocionada em contarem comigo em um dos festivais mais importantes da Espanha. É a primeira vez que participo como professora nesse festival e vou dar tudo de mim de todo coração, para que todos saiam todos contentes.” afirma a bailaora.
Por seu trabalho de difusão do patrimônio e cante mineiro presentes no seu dia a dia, Manuela vai trabalhar palos como Tarantos: “Vamos fazer um apanhado pelo Taranto de Linares, o de Almeria e o de Murcia, e também vamos trabalhar uma Soleá com estilos de Triana e Cadiz“.
O festival acontece entre os dias 1 a 11 de agosto e as inscrições estão abertas.
Informações sobre o festival e inscrições: d.valera@hotmail.com
Mais sobre o Festival: Revista Lámpara Minera
A capixaba Luciana Sandri, advogada e aficionada pela arte flamenca há 12 anos, acompanhará a 58º edição do “Festival Internacional del Cante de las Minas 2018 ” em La Unión, Múrcia, na Espanha.
Espectacular este año el festival y todos los años creciendo y dando nuevos artistas, aquí en Murcia se siente mucho este fabuloso arte y orgullosos de acoger a tan gran elenco de artistas. Es de agradecer que llegue hasta Brasil y otras partes del mundo . Olé.
Lu, com certeza será uma experiência maravilhosa. Desafios são combustível para desenvolvimento e crescimento. Sucesso!
Muito feliz em saber que novos projetos conduzem sua vida minha amiga Luciana. Deus abençoe seus caminhos e os mesmos levem luz paz amor e saúde a você e a todos que tiver contato . Te amo e estou confiante em seu sucesso . Sentirei saudades mas sei o quanto um sonho realizado traz felicidade. E ver você realizada me sinto igual.