Ele ensina flamenco em praça pública. Em estações de metrô. Basta buscar “Juan Paredes flamenco”, no Youtube, para se surpreender: lá está o maestro mobilizando muita gente a arriscar alguns passos de dança flamenca, tanto na sala de aula como em espaços públicos, em diversas partes do mundo. Grande mestre das bulerías de fiesta, estilo vibrante de cante e de baile, que costuma fechar os espetáculos de flamenco, Juan Paredes é conhecido por sua maneira particular e democrática de ensinar. “O passo não é importante, o importante é dançar”, ele gosta de dizer.
“As aulas do Juan são o que chamamos de vivência, no sentido da palavra. Não são aulas de coreografia ou de decorar passo, mas de entender o sentido das bulerías de fiesta“, diz a maestra Vera Alejandra, fundadora da Cuadra Flamenca que, em parceria com a bailaora Ana Cristina Marzagão, traz Juan Paredes a São Paulo, no feriado de 7 de setembro de 2016. Ana Marzagão, depois de uma temporada em Sevilla, tendo o maestro como professor, afirma:”Juan trabalha a liberdade, o escutar, o bailar, a identidade de cada um de forma livre e dentro do que cada alma, cada corpo, quer expressar, sem necessitar de nível técnico. Seu objetivo máximo é que escutemos a música e nosso coração, unindo-os na marcação por bulerías. Assim, ele coloca o ritmo como algo natural e, quando a gente vê, está bailando!” diz ela.
No universo da arte flamenca, bailar “por bulerías” é um dos grandes desafios. “É a grande paixão de quem dança flamenco porque, embora seja um baile pequeno, mostra muito virtuosismo”, diz Vera Alejandra.
Juan Paredes iniciou no mundo flamenco desde pequeno, guiado pelo maestro José Galván. A partir daí, seguiu sempre ao lado de grandes como Juan Morilla, Mariemma e Cristina Hoyos. Hoje, além de exímio bailaor, é famoso por fazer com que seus alunos dancem quase que instantaneamente depois de aprender alguns passos básicos, concentrando-se em expressar a dança, mais do que a técnica. “Juan tem uma maneira única de fazer isso, abrindo espaço para profissionais, amadores, donas de casa etc, em uma aula democrática e com muito conteúdo flamenco”, diz Vera Alejandra.
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